Quando em 2012 decidi voltar fazer o caminho de Santiago, decidi também que não voltaria a fazer o percurso que tinha feito anteriormente. Sabendo que a Geira (Via Nova ou Via VIII) foi um dos percursos medievais de peregrinação, decidi que seria pelo Gerês que voltaria a Santiago de Compostela. Estudei outras alternativas, mas passar pelo Gerês sobrepôs-se a todas as outras opções de forma natural. Mesmo com as dificuldades de logística que essa opção acrescia, pois de Lóbios a Ourense tudo me era desconhecido.
Após diversos adiamentos concluí no passado mês de Abril esse Caminho. O percurso correspondeu ao que esperava e não tenho dúvidas que os muitos quilómetros suplementares às alternativas dos designados Caminho Português e Caminhos Português pela costa valeram a pena. Pela paisagem porque o itinerário atravessa dois parques naturais e depois porque conserva uma integridade que a faixa litoral, muito urbanizada, perdeu. Culturalmente porque possui pequenos tesouros que por serem menos conhecidos nos surpreendem.
É verdade que este trajeto perde Ponte de Lima, Valença do Minho, Tui, Ponte de Vedra e Padrón, mas ganha a igreja visigótica de Santa Comba, Cellanova, Ourense e o mosteiro de Oseira. Sendo que no último até se pode pernoitar.
Perdi os apoios e as vantagens de não ser, ainda, um caminho Xacobeo? Sim, mas, com todas as dificuldades logísticas que isso implica, ganhei um caminho mais natural e mais próximo do que seriam as peregrinações medievais. Sobre isso recordo as palavras de Paco, um companheiro com que entrei em Santiago de Compostela, com quem conversei sobre isso - "o primeiro caminho que fiz foi o francês, porque era o que conhecia e todos faziam. Hoje de todos os que fiz é o de que menos gosto." Para ele a massificação do principal itinerário xacobeo retira-lhe parte do encanto e o mesmo pode estar a acontecer nos itinerários nacionais.
No entanto, para já, é ainda uma alternativa dura e de logística complicada. Devem também ir preparadas para altimetrias menos simpáticas do que a planura do litoral. Este é um caminho de serras e vales, mas também não é por isso que se torna mais difícil. Fica é mais intenso.
As opções de pernoita neste itinerário obriga também a etapas mais longas e aconselho que façam a sua reserva antes de se meterem ao caminho. A alimentação também deve ser toda planeada porque até Ourense nas aldeias não é fácil encontrar bares.
Para uma próxima publicação ficam outras reflexões. Esta é basicamente para partilhar a informação que recolhi e que me tem sido pedida. Os tracks GPS, cujos links partilho, não são os meus registos. Eu não me preocupei em marcar os pontos intermédios e estes tracks, os que usei, de diversos autores, acabam por ser mais úteis. Foram de uma forma geral fáceis de seguir.
As raízes históricas
Sobre as peregrinações a Santiago pela Via Nova (Geira) há muitos testemunho e a presença dos Templários no Campo do Gerês atesta como o percurso terá até tido alguma relevância:
“Na aria em que esteve antig te a Igra. Matriz de S. João do Campo, tiverão os Romanos hu grandioso Templo, adonde veneravão os seus idilos e satisfazião os votos que lhes prometião. Estava este Templo no sitio da Veiga de S. João, alem do Rio, em distancia de 50 passos, e da aldeia ou lugar do Campo 500 passos; presume-se que este Templo foy arruynado pelos Godos, e depois reedificado, em tempo do Emp. Constantino Magno, e dedicado a S. João Baptista do Campo e dahi a na.s foy pessuido pellos Carvall.os Templarios; extinctos estes, ficou sempre permanecendo athé o anno de 1692, em que por Capp.os de Visita se mandou mudar p.a o lugar do Campo, por a d.a Igr.a estar em sitio ermo e remotta da povoação…” Contador de Argote (séc. XVIII).
Do lado espanhol há também notícias da presença dos Hospitalários e dos Templários e na pesquisa web de informação li que no Mosteiro de Celanova, documento n º 156 de 15 de setembro do ano 1142, Tomos I e II, existe um pacto entre Pelaio abade de Celanova, e don Xerardo tenente da obediencia de San Paio de Veiga e representante dos Hospitalarios de Xerusalén, para “facer e rexer un hospital na Portela de Samuel, en terras de propiedade celanovesa”.
Fora dos livros e arquivos, a toponímia e os oragos de muitas das Igrejas ao longo do percurso são outro dos testemunhos da relevância do Caminho de Santiago pela Portela do Homem.
Em algumas das credenciais de peregrino há um mapa que ilustra de forma muito sintética o trajeto, fazendo uma ligação de Braga a Ourense, e já se encontram muitos mapas com este itinerário marcado. Este mapa terá origem em Moreno (1986).
Surpresa foi ter encontrado a referência a uma segunda peregrinação da Rainha Isabel de Aragão – Rainha Santa por este itinerário, que de acordo com a tradição popular terá ido a Cellanova. É por esta razão que muitos também o designam por Camiño da Raíña Santa. A referência a esta peregrinação fez parte da candidatura apresentada à Xunta da Galiza para classificação como Camiño de Santiago, mas a Confraria da Rainha Santa não possui dados históricos que a validem.
No entanto em Lóbios esta peregrinação foi-me referida por duas vezes. Primeiro numa conversa sobre o caminho num bar onde parara para descansar e onde a referência à rainha santa surgiu de forma espontânea. Enquanto me convidava a provar uns fantásticos cogumelos, até me deram o email de um dos responsável pela candidatura a caminho Jacobeo.
Um pouco mais à frente, na Casa da Feira (Portaxe), o Filipe Pires, cuja presença em Lóbios conhecia e encontrei numa feliz coincidência, voltou a fazer-me a mesma referência.
Seria interessante estudar esta tradição, mas o itinerário possui atrativos suficientes para se afirmar por si se não se vier a confirmar a passagem da rainha.
As peregrinações por este itinerário estariam ainda marcadas pelos culto de San Rosendo em Celanova, o culto de Santo Cristo de Ourense e, particularmente, pelo culto San Trocado (San Torcuato), primeiro em Santa Comba e depois trasladado para Celanova.
De acordo com a tradição, San Trocado foi um dos discípulos de Santiago e o Códice Calixtino diz que participou na trasladação do corpo para Santiago de Compostela. A devoção a San Trocado seria de tal forma que os peregrinos raspavam as unhas o sarcófago para levar parte do pó que se despendia e que teria propriedades milagreiras. O sarcófago ainda é possível visitar na igreja visigótica de Santa Comba (https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Santa_Comba_(Bande)), uma das joias do percurso e que Miguel Torga (Diário VII, 18 de Agosto) considerou irmã afortunada da de S. Frutuoso, em Braga.
A preparação
Tomada a decisão sobre o caminho a fazer, fiquei com duas preocupações principais: estabelecer o percurso no terreno e os pedidos familiares para não partir sozinho.
Na preparação do caminho decidi que seria uma boa oportunidade para aprender um pouco mais sobre a Geira e que tentaria ser o mais fiel possível ao traçado romano. Uma preocupação que me foi exigindo mais tempo e deixando muitas dúvidas por esclarecer.
Reli a informação que possuía várias vezes e fui sossegando os familiares com a promessa de fazer o caminho por etapas. No entanto, era complicado sossegar as preocupações falta de segurança e apoio. Os albergues julgava poder substituir facilmente por alojamentos locais, mas não podia esperar encontrar muita gente pelos locais ermos que o caminho percorre.
Estabelecer o itinerário
Com o apoio de cartas militares e bibliografia sobre a Geira fui estabelecendo o itinerário.
Partindo de Braga, o ponto zero do caminho não poderia ser outro que a Sé e depois tentaria ser o mais fiel possível à Via Nova (Geira), a via XVIII do itinerário Antonino que ligava Bracara Augusta a Asturica Augusta (Astorga).
Da Sé, seguiria pela rua dos Chãos, Rua de S. Vicente, Areal, Bairro das 7 Fontes e, a partir da capela do Senhor dos Milagres (Capela das 7 Fontes), desceria até Adaúfe. Junto à igreja de Adaúfe, não podendo hoje cruzar a vau, ou em barca, o Cávado de Navarra (Braga) para Ancede (Amares), seguiria depois pela estrada nacional até à Ponte do Porto. Seria uma percurso perigoso pelo muito tráfego e pela quase inexistência de bermas onde caminhar. Conscientemente, estaria a abandonar a trajeto da Via Nova, ou Geira, mas a travessia medieval seria esta.
Feita a travessia na Ponte do Porto, ficava com duas possibilidades: seguir pelo percurso dos peregrinos para S. Bento da Porta Aberta, pelo vale do Cávado, para depois ligar a Covide, ou ser mais fiel à via romana e retomar a Geira na milha XI em Paredes Secas, seguindo o vale do Homem.
Qualquer uma das opções seria dura e longa, mas a minha opção era a de realizar o percurso mais fiel à via romana, confiando que os agrimensores romanos tivessem escolhido o melhor itinerário. Contava fazer esta ligação numa única etapa para ir dormir a Campo do Gerês. A etapa não deveria andar longe dos cerca 42 km que milha XXVIII da Geira estabelecia até Bracara Augusta.
Seria uma etapa dura e ainda ponderei fazer a sua divisão algures em Amares. Se este itinerário vier a ser considerado caminho jacobeo oficial essa deverá ser uma das preocupações. Na opção do vale do Homem, a divisão poderá ser feita em Caldelas, permitindo um desvio pelo Mosteiro de Rendufe. Na opção do vale do Cávado, a divisão poderá ser feita em Bouro (Santa Maria) ou na Sra. da Abadia.
Na etapa seguinte seguiria a Geira, pela Portela do Homem até Lóbios onde existe alguma oferta hoteleira. Esta etapa não ofereceria grandes dificuldades e a quilometragem estimada era de +/- 24 Km. Sabia que em Espanha o percurso está marcado até Ourense como Ruta de S. Rosendo e na web tinha encontrado diversos tracks GPS para seguir.
Na terceira etapa, com uma subida exigente a seguir à povoação de A Portaxe, terminaria em Bande após cerca de 34 km. Em Os Baños (San Xoan), a mansio de Aquis Querquennis, o percurso deixava o traçado da Via Nova (Geira) para rumar a norte por Celanova, seguindo o que seria uma via romana secundária.
A Aquis Querquennis terá sido um importante nó rodoviário e nela confluiriam diversas vias secundárias. Uma dessas vias secundárias, talvez a mais importante, ligava a Lugo (Lucus Augusti) seguindo para norte por Ourense (Auurienis Civitas).
Em Bande para pernoita teria apenas a opção do Bar Restaurante Trébol, que possui um pequeno hostal que também funciona como albergue privado e faz um preço especial a peregrinos.
Na quarta etapa ficaria alguns quilómetros após Celanova e, em Manchica, teria que me desviar do caminho para encontrar onde dormir. A única opção que encontrei seria a Pension Casa Conde, na povoação de Merca. Seria uma etapa relativamente fácil apesar de ter novamente uma quilometragem perto dos 34 km.
Na etapa seguinte, a quinta, chegaria finalmente a Ourense onde já teria um albergue de peregrinos do Caminho Sanabrés, que continua a Via da Prata.
Depois seriam mais 4 etapas até Santiago de Compostela ao longo dos quais existem vários albergues públicos e privados que também permitiriam a divisão das etapas em quilometragens menores.
A divisão de etapas que tinha estabelecido era:
· Braga – Campo de Gerês (+/- 42 Km duros).
· Campo de Gerês a Lóbios (+/- 24 Km)
· Lóbios a Bande (+/- 34 Km)
· Bande a Manchica (Merca) (+/- 34 Km)
· Manchica (Merca) a Ourense (+/- 30 Km)
· Ourense a Cea ( +/- 22 Km) [ opção Ourense - Oseira, +/- 28 km]
· Cea a A Laxe (+/- 37 Km) [ opção Oseira - A Laxe, +/- 29 km]
· A Laxe a Ponte Ulla (+/- 29 Km)
· Ponte Ulla a Santiago (+/- 22 Km)
No total, por este itinerário, contava realizar cerca de 280 kms e 9 dias de caminhada. Sendo que algumas das jornadas poderiam duras e longas. Comparando com itinerário por Ponte de Lima, contava fazer mais cerca de 90 kms.
Não havendo albergues até Ourense, tinha estabelecido a divisão das etapas pelos locais onde tinha identificado onde dormir. Contactando os ayuntamientos poderia ter encontradas outras alternativas para as pernoitas, mas não explorei essa solução.
Alguns tracks na WEB
Portugal
1. Braga - Paredes Secas
Camiño natural – Via Nova
Camiño da Raiña Santa
Via Nova
Ruta de S. Rosendo
Caminho Sanabrés ou Mozárabe (continuação da Via da Prata)
Não partir sozinho
Aceitando o pedido para não partir sozinho e nunca se concretizando as companhias, acabei por nunca me meter ao caminho até ter notícia da iniciativa da Associação Teatro Construção (ATC). Juntei-me ao grupo a partir de Campo de Gerês e acabei por não fazer os 42 quilómetros iniciais. Desconhecia as iniciativas Xacobeas da ATC e não posso deixar de as recomendar. Com os normais problemas de gestão grandes grupos e ritmos muito diferenciados a gestão do grupo foi eficaz.
Com a ATC, em diferentes etapas, com o apoio de um autocarro, realizei o percurso desde Campo de Gerês até Pielles (7 kms depois de Cea) sem da preocupação logística da dormida. A divisão das etapas com a ATC tinha como critério a de realizar uma quilometragem próxima dos 24 km por jornada. Uma liberdade permitida pelo apoio de um autocarro.
Terminar a solo
Por razões de calendário não concluí o caminho com a ATC. A solo, em 3 etapas, pernoitando em Cea, A Laxe e Ponte Ulla, fiz o restante caminho aproveitando um fim de semana prolongado.
Após analisar várias opções, decidi deixar o carro junto ao albergue em Cea e de Santiago regressar a ele de autocarro. Hoje ponderaria deixar o carro em Santiago de Compostela. Pois depender do horário do autocarro não me permitiu usufruir de Santiago de Compostela como pretendia.
As fotos
Enquanto não faço uma seleção, podem consultar o álbum do facebook (aqui).
Post sccriptum
Um comentário numa rede social recordou-me uma opção que ainda ponderei. José Carlos Callisxto, do blogue Por fragas e Pragas, realizou em 2014 um outro itinerário, designado de Camiño Xacobeo Miñoto-Ribeiro, passando também pela Portela do Homem. Como leio o blogue ainda troquei algumas mensagens com ele sobre o itinerário, mas acabei por optar pelo itinerário por Ourense porque julgo ter sido o mais percorrido. A opção por Ourense, possui, na minha opinião, a vantagem de oferecer menores dificuldades logísticas já que encontra o Sanabrés mais cedo e, por isso, beneficiar das estruturas (albergues) desse caminho. Ainda assim, o percurso de José Carlos Callisxto na saída de Braga é muito interessante. Não sendo fiel ao trajeto da Geira, permite a passagem pela Igreja de S. Frutuoso, a tal irmã menos afortunada da igreja visigótica de Santa Comba, pelo túmulo de São Martinho de Dume e pelo Mosteiro de Rendufe. Esta opção permite ainda com facilidade a divisão da etapa Braga a Campo de Gerês em Caldelas (Amares), onde, devido às termas, existe oferta hoteleira a preços relativamente económicos. Será uma boa solução na homologação do(s) caminho(s) pela Portela do Homem.
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Recebi a indicação de que abriu um hotel em Celanova (ver aqui). Esse hotel possui online informações interessantes sobre este itinerário (ver aqui) da qual destaco "en la Edad Media, sobretudo de la zona de Braga, seguían la calzada romana Via XVII (Via Nova) desde Braga, visitando Dume (reliquias de San Martin de Dume) hasta Bande (reliquias de San Torcuato s I DC, discipulo de SanTiago Apostól según Códice Calixtino y obispo de Gúadix, después trasladas a Celanova. Desde Bande los peregrinos seguían la via secundaria de esta calzada (que passava por Celanova, Ourense y llegava Lugo) caminando por Verea (vereda) hasta el Monastério de San Salvador de Celanova (reliquias de San Rosendo y de San Torcuato) e seguiría hasta Ourense (veneración del santo Cristo de Ourense y de Santa Eufemia)."
A web do hotel faz referencia à passagem de Rainha Santa Isabel por este itinerário (com saída de Braga), mas ainda não consegui qualquer outra confirmação. Ainda que em Marques (1992, ) tenha confirmado que a rainha tenha ido duas vezes em peregrinação - "Mas não foi a única vez que ela se deslocou a Compostela. Em 1335, voltou lá novamente, de forma discreta, como peregrina, profundamente marcada pela virtude da humildade, a pé, sem aparato externo, trajando com simplicidade e com um reduzidíssimo número de acompanhantes. Não era já a peregrinação da rainha, que, indubitavelmente, acabaria por assumir um aspecto oficial, político, que temos de compreender e aceitar. Agora, era a religiosa, que, aos 64 anos, mais sentia a necessidade de se aproximar do túmulo deste Apóstolo, que foi um dos confidentes de Jesus."
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O itinerário do José Carlos Callisxto passou a ser designado por Camino Braga - Santiago- da Geira e os Arrieros - Miñoto Ribeiro. Sobre este itinerário existe diversa informação que está condensada numa web (ver aqui) e existe um track "oficial" (ver aqui). No terreno não existe atualmente qualquer marcação pelo que é preciso usar um GPS. Os divulgadores deste itinerário avisam que "Varios tramos transcurren por sitios poco habitados en los que el camino puede estar en muy mal estado y no hay bares, supermercados ni alojamientos. Solo se recomienda recorrerla si ya tienes experiencia en otros caminos de Santiago y dominas el uso de GPS."
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Em Marques (1992, 120) é referida a passagem de D. Manuel I por Dume na sua peregrinação a Santiago com o objetivo de "homenagear o grande apóstolo dos Suevos, S. Martinho de Braga (Dume) e S. Frutuoso, cuja acção, exercida através da rede monástica que sobreviveu até aos começos do século XII, ajudou a plasmar a alma das gentes do Noroeste peninsular." Considero que esta informação valida a saída de Braga por Dume nas peregrinações medievais ao contrário do que tinha imaginado. Eventualmente pode colocar a questão sobre o local da travessia do Cávado pois o mesmo artigo refere que "as pontes, como elementos fundamentais de ligação dos e nos caminhos, que deverão ser igualmente estudados em conjugação com as barcas de passagem" Marques (1992, 122), mas o local da atual travessia na Ponte do Bico era anteriormente designado por Vau do Bico pelo que a travessia do Cávado no local já seria anterior à ponte.
Bibliografia
Marques, José. "O Culto de S. Tiago no norte de Portugal." Lusitânia Sacra, 2 série, 4, 1992: 99-148 (aqui)
Moreno, Humberto Baquero. "Vias portuguesas de peregrinação a Santiago de Compostela na Idade Média" Revista da Faculdade de Letras : História, série II, vol. 3, 1986: 77-90 (aqui)