Os jornais estão cheios de artigos de opinião de comentadores, dos diversos quadrantes políticos, que abordam a teoria da derrota útil de Mário Soares. Já são muitos que dão como certo que Sócrates prefere governar com Cavaco em Belém. E prefere-o a um socialista sendo-o líder do partido Socialista. Entre os vários argumentos ressaltam dois:
1) o da governação, será mais fácil governar com um Presidente como Cavaco que entenderá melhor algumas políticas difíceis e, como bónus, poderá servir de escudo e álibi para algumas das opções;
2) o do complexo de Édipo, com a derrota de Soares a sombra tutelar do fundador fica arrumada. Sócrates fica assim como única referência no campo socialista para os próximos 10 anos e cimentar a sua candidatura a Belém no pós-Cavaco.
Aparentemente, a gestão do calendário político e governativo parecem confirmar as teorias. E domingo poderá confirmar-se o desejo do Primeiro-ministro. Um eventual bom resultado de Alegre desde que não passe à segunda volta não será muito grave para ele. Se Alegre obrigar a uma segunda volta terá que assumir um outro papel. Sabe que com ele em Belém terá muitos problemas mas a esquerda vai reclamar que procure derrotar Cavaco. Então sim poderemos confirmar esta teoria. Eu, já não tenho muitas dúvidas da sua veracidade. Como o definiu um colega de partido "Sócrates é um cabide de ideias sem convicções", já revelou ser artificial e calculista e não morre de amores por Mário Soares. Sabe-se que o inverso também é verdade e a dúvida de muitos será porque é que Mário Soares se sujeitou a esta candidatura útil. Erro de análise, vaidade?
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