Já começava a duvidar. No meio de tantas promessas, de tanta novela, o meu Benfica lá conseguiu um dos reforços prometidos. No meio de tudo isto um sinal positivo: conseguiram contratar um jogador antes de ele aparecer nas primeiras páginas dos jornais desportivos.
Na universidade, numa picardia entre cursos, disse uma vez a uma amiga que os jornalistas desempenhavam a mesma função social dos divulgadores de boatos, eram uma espécie de porteiras com estudos. Guardei a expressão que utilizei mais algumas vezes como arma de arremesso. Guardei-a porque gostei da imagem, da sua piada, não por acreditar nela. Confesso que a gostava de usar. Era uma imagem forte e até ofensiva, razão pela qual apenas a usava com pessoas amigas e como brincadeira.
Apesar de ler, e ocasionalmente comprar, jornais desportivos, acredito que podemos aplicar esta expressão ao jornalismo desportivo. É um subgénero que vive da trica e do boato, que desqualifica os seus autores. Imagino até que pelos seus pares sejam categorizados apenas um pouco acima dos cronistas sociais. Imagino que um jornalista "à séria", que tenha passado pelos desportivos, esconda essa mancha. Se questionado por esse período preferirá dizer que teve uns problemas e andou uns anos por umas clínicas estrangeiras, ou que andou a percorrer o mundo com uma mochila. Tudo menos a vergonha de ter tratado sobre quem bebia taças de champanhe, comia fruta mas preferia café com leite.
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