Resolvi recuperar os posts da anterior tentativa. Sempre me atenua um pouco a sensação de perda.
Não é preguiça
O parto do segundo "post" está a ser complicado. Não é por preguiça, é um misto de falta de tempo com um não saber o que escrever. Ou melhor, sobre o que escrever. Isto não pretende ser um diário, mas gostava de escrever sobre coisas que me afectassem. A neutralidade sempre foi uma coisa que me chateou. Como todos não gosto de conflitos, mas nunca suportei não fazer opções.
Frente a frente
Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis- e é tão pouco!
Eugénio de Andrade
Acordei com a notícia da sua morte. Mais tarde recebi este seu poema por e-mail. Não sou um leitor da sua obra, conheço-a apenas. Na verdade, nem sou um leitor de poesia. Gosto apenas de, ocasionalmente, folhear livros e deter-me em poemas ao acaso. Alguém me disse uma vez:" Não se lê um livro de poesia. Abrem-se e folheiam-se. Ler de empreitada destrói o gosto de o sentir." Até pode ser uma grande asneira mas no momento, como ainda hoje, fez tudo o sentido. Tenho naturalmente os meus autores favoritos. Escolhidos mais por razões emocionais do que pelo valor da sua obra. Aliás, como a maioria faço muitas das minhas opções por impulsos que não sei explicar. Normalmente não me dou mal, mas nem sempre possuo a coragem para os seguir. Sei que possivelmente alguém me saberia explicar porque faço essas opções. Para algumas delas, mais tarde descubro uma razão. Só não gosto de ter que a descobrir. Procurar a causa das coisas é normalmente sinal de problemas. Não se procura a razão da felicidade e da alegria. Procura-se a razão da infelicidade e da tristeza.
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