São Rosa Senhor, São Rosas!
De acordo com a fé de cada um, estas palavras estarão ligadas a um milagre de uma rainha. E, aparentemente, as sondagens eleitorais são isso mesmo “de acordo com a fé de cada um”. Vem isto a propósito da publicação nos dois jornais da cidade, em dias seguidos, numa estratégia de antecipação ou resposta, de duas sondagens sobre as próximas eleições locais com resultados diametralmente opostos. Em que cada uma delas parece reflectir os posicionamentos editoriais desses jornais, ainda que num dos casos o posicionamento seja mais evidente.
Fico com mesma a sensação de desconforto, de desconfiança metódica e avisada, que tenho relativamente às avaliações que correspondem ao resultado esperado.
Só que as sondagens, sendo realizados com bases científicas, ainda que sujeitos a um erro conhecido, deveriam ser de confiança. A sua credibilidade deveria ser absoluta. Pois, como nos ensina a fábula do Pedro e o lobo, a perda de confiança pode ter graves consequências.
De quem é a culpa? Naturalmente que as empresas de sondagens serão as maiores culpadas. Particularmente daquelas que gostam de ter na cama a mulher e a amante. O rigor, a ética, devia impedir que empresas de sondagens fizessem também serviços sócio-políticos como posicionamento de imagem de partidos e líderes, perfil de eleitores, motivações, estudos sobre gestão autárquica ou mais grave publicidade partidária em vésperas de eleições, entre outras coisas.
Infelizmente isso nem sempre é verdade. Há quem reserve o rigor científico para as grandes sondagens, as que podem dar uma capa de respeitabilidade à empresa. No restante, aceitam-se encomendas de estudos à medida, naturalmente sustentados em informação correctamente coligida. Só como todos já aprendemos as respostas que obtemos dependem das perguntas que fazemos e onde as fazemos.
Depois temos ainda os critérios editoriais que aceitam estas estratégias e dão cobertura à sua divulgação.
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