Descansamos porque mudámos de actividade – respondeu-me um casal de galegos que encontrei perto Soajo na casa que estão a recuperar. Foram-me apresentados por um amigo comum no meio de uma caminhada de exploração na qual me servia de guia. Já não são jovens, mas permanecem joviais. Falaram com alegria e orgulho da horta biológica e da recuperação da casa. Começaram por acampar na zona e foram descobrindo aqueles montes. Fizeram amigos e começaram a procurar uma casa que pudessem recuperar. Não fiquei a conhecer muito sobre eles. Serão naturalmente pessoas com alguma capacidade económica e bom nível de vida, mas são também um exemplo daqueles que optaram por abrandar o ritmo para ganhar tempo. Procuraram no contacto com a terra a simplificação dos ritmos urbanos. Um regresso às raízes ancestrais de cavadores.
Mas você é só de quando em vez e por festa – responderam dois velhos pastores com quem um amigo meu se cruzou numa serra. Respondiam à sua afirmação de que também ele andava por aqueles montes e que os invejava. Como o casal sinto o chamamento do campo e a necessidade de fugir à Cidade, mas não sei se algum dia terei a coragem e condições de ir além da “festa”.
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