Wednesday, November 14, 2007

As aventuras por Terras da Nóbrega do UPB

A ideia era fazer uma pequena caminhada como preparação “espiritual” para o magusto do UPB, pelo que procurámos um trilho pequeno e próximo do destino final: Vila Verde. O trilho escolhido, Trilho de Terras da Nóbrega, é um percurso pedestre denominado de Pequena Rota (PR) – aberto pela VALIMAR, pelo que as respectivas marcação e sinalização deveriam obedecer às normas internacionais e facilitar a caminhada. Digo deveria porque tivemos imensa dificuldade em as seguir, sinal de falta de manutenção.

Este percurso localiza-se no Monte do Castelo de Aboim, mais precisamente na aldeia de Sampriz a cerca de 6 km a Este da sede de concelho de Ponte da Barca. É um percurso de âmbito paisagístico e cultural, nos limites dos Concelhos de Ponte da Barca e Vila Verde. A primeira dificuldade foi encontrar o local de partida devido a pouca sinalização existente. Descobrir Sampriz foi a primeira aventura do dia.

Partindo da Junta de Freguesia de Sampriz, iniciámos o percurso em direcção a Ventoselo. O trilho segue por um misto de caminhos empedrados, terra batida e caminhos carreteiros. Na Capela da N.ª Sr.ª do Livramento fizemos uma curta paragem para descanso e para observar a paisagem que nos rodeia. Seguimos depois em direcção ao Castelo de Aboim. O percurso marcado contorna o castelo pelo sopé, mas decidimos subir ao castelo e lá fazer a refeição. É na verdade o local do castelo que encontramos. O Castelo de Aboím é castelo medieval, do qual apenas restam as fundações, situa-se no topo do majestoso monólito, num local estratégico que goza de uma excelente visibilidade, dominando por completo a paisagem. A sua história está ligada ao inícios da fundação de Portugal. Foi um castelo roqueiro, construído por Honorigo Honorigues, que por isso recebeu algumas terras de Afonso Henriques. Com a construção do Castelo do Lindoso perdeu a sua importância estratégica. Do castelo apenas restam alguns vestígios de alicerces. No local não existe qualquer informação para interpretação, apesar de existiram dois placares em inox. Sinal que o fornecedor dos placares é muito mais rápido que os restantes fornecedores. É uma pena porque sem qualquer explicação os visitantes não percebem o local e não conseguem imaginar o castelo. Numa pesquisa sobre o castelo, encontrei um desenho que pretende representar a sua reconstrução. Ainda que desconfie do rigor, serve de ilustração.


Do castelo eram visiveis diversos fogos em zonas florestais, sinal evidente do clima seco deste estranho Outono. Com um pequeno corte no percuro marcado, retomámos o trilho e por caminhos de pé posto descemos até à estrada EN 351. Aqui o trilho atravessa um belo bosque de carvalhos por caminhos antigos, sem qualquer dúvida a parte mais bonita do trilho. No meio desse bosque encontramos vestígios de uma queimada. O chão ainda fumegava e, apesar de parecer estar apagada, ficámos preocupados com a possibilidade de ali se dar um incêndio florestal. Como “sapadores” improvisados investigámos o local. O fogo parecia ter iniciado junto a um anexo agrícola. Com terra e alguma água procurámos arrefecer os locais mais quentes do terreno queimado. O ruído provocado por algumas castanhas a estoirar aumentou a nossa preocupação e, para descargo de consciência, decidimos alertar o 117. Estranhamente estava ocupado pelo que telefonámos para o 112. Se foram lá não sabemos, mas fizemos o que deveríamos fazer. Estranho é que um número de emergência nacional dê ocupado. Do bosque o trilho deveria prosseguir para uma zona mais elevada após atravessar novamente a EN 351, mas não encontrámos a respectiva marcação. Assim, a parte final foi feita fora do trilho e por estrada.

O local merece uma visita, mas não percebo estas armadilhas criadas pela falta de manutenção dos trilhos. Quem escolhe fazer um trilho marcado deve necessitar apenas seguir as marcações e chegar ao final sem qualquer dificuldade. Abrir um trilho é apenas a primeira das etapas. Resta esperar que as coisas mudem. E já agora, formular o desejo que os placares de inox junto ao castelo não desapareçam antes que a informação apareça.

Na zona existem mais motivos de interesse, nomeadamente um fojo duplo na freguesia de Gondomar (Vila Verde) e a aldeia de Aboím da Nóbrega (Vila Verde), onde se recolheram os mais interessantes lenços de namorados. Numa próxima oportunidade pretendo voltar lá para a explorar melhor. Desta na encosta de Vila Verde.

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