Voltei recentemente a caminhar por uma das zonas mais bonitas do Gerês. É uma região bela e dura, cheia de testemunhos dos antigos pastores daqueles montes. A minha admiração pelos homens que retiravam o sustento naqueles montes não para de crescer. Imagino a vida dura e despojada que tiveram, eu sei que não a aguentaria. Ao passar por umas ruínas de um antigo abrigo comentei isso com os companheiros de trilho. Vida de solidão - alguém disse. Concordei e contei-lhes a proposta que um pastor fizera a uma caminheira do UPB dez minutos após a conhecer: casamento e um dote de largos milhares de contos. Não havia tempo a perder porque no monte não há muitas oportunidades.
Experimentei a navegação por carta e bússola e resultou. Tirei o azimute pretendido e fui confirmando o trilho marcado pelas mariolas até ao Borrageiro. Decidimos depois tentar a descida por uma garganta que nos parecia complicada. O terreno e a carta não indiciavam que fosse uma boa opção, mas a existência de umas mariolas foi o suficiente para ultrapassar os receio iniciais e descer por lá. Puro erro, era um terreno complicado, perigoso e fechado por mato como a carta indicava. Um esforço e risco desnecessários. Como com os erros também aprendemos não foi tempo perdido.
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