Monday, October 23, 2006

Estado bruto


Há muito tempo que não fazia uma destas. O corpo já não aguenta e as coisas agora tem outro sabor. Um sabor a decadência com música de Jorge Palma como banda sonora.
Aproveitei o propósito de encontrar "velhos" amigos para revisitar locais do passado. Na sede/bar dos "Passarinhos da Ribeira" tive um visão da realidade dois andares abaixo do "Portugal profundo". Um encontro com os sintomas da decadência que os cartazes turísticos procuram esconder. Comentei para o lado que aquilo seria o Porto e os "tripeiros" em estado puro. "Estado bruto" - corrigiram-me.
Uma pequena amostra do lado errado da noite, "Kilas" e aprendizes de outros ofícios. Prova que as cidades não se renovam por decreto. A decadência dos centros históricos das cidades é, antes de mais, social. Não adianta tratar das fachadas, fazer bonitos cartazes paras os turistas visitarem, sem resolver a questão das populações que os habitam. O Porto "Património Mundial" é como um espelho esquizofrénico onde a cidade apenas se contempla às vezes. Um local onde há sempre alguém pronto a "endrominar" os incautos. Um local onde se deve manter os sentidos em alerta. Um local para chegar de táxi e sair de táxi.

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