trilho realizado (desenhado de memória)
No último fim-de-semana “perdi-me” pela Serra Amarela numa caminhada de exploração. Perdi-me não é certamente o termo mais correcto porque o Tiago, um dos companheiros desta caminhada, conhecia o percurso e tinha uma carta militar pela qual nos orientámos sempre que necessário. É um "perdi-me"no sentido de ter caminhado com a liberdade que só a montanha permite. Marcar um rumo e ir fazendo o caminho ao ritmo dos nossos passos.
Já tinha lido em Miguel Torga várias referências às Casarotas e procurei mais informação sobre elas. Encontrei na Biblioteca Pública de Braga, num artigo de Jorge Dias, "As Casarotas da Serra Amarela - Construções megalíticas com uma inscrição", uma explicação que me pareceu mais satisfatória. Há em torno das Casarotas uma certa fantasia e mito que perdura. Antas, abrigos para defesa da fronteira são algumas das hipóteses avançadas, mas inclino-me mais para os que as consideram uma antiga branda de gado. Possivelmente podem até ter sido tudo isso, mas a mim parecem-me muito semelhantes às brandas existentes na Peneda.
Deixámos o carro em Cutelo e enveredámos por um caminho rural. Um pouco depois, junto a um curso de água, cortámos em direcção a Carvalhinha. A uma cota intermédia começamos a caminhar em direcção às antenas (Muro). O Tiago e o amigo já tinham feito este trilho e conheciam o caminho, ou melhor a direcção. A Serra Amarela é uma paisagem bem diferente da Serra do Gerês. É menos acidentada, com muito menos vegetação e menos humanizada. Demorámos cerca de 2h30 a chegar às Casarotas onde abandonámos o projecto inicial de continuar até às antenas. Almoçámos no local que aproveitámos para explorar. De seguida visitámos um fojo de lobo bem perto do local. As marcas do tempo são visíveis mas apesar de tudo ainda se mantém em grande parte intacto. Sabia da existência de um fojo de Vilarinho, Tude de Sousa fala nele em "Serra do Gerez", presumo que seja aquele. Miguel Torga fala em fojos pelo que não seria o único a existir. No regresso, junto a Cortinhas, encontrámos uma pastora que nos disse ainda ter participado em montarias ao lobo neste fojo - o de cima, o principal, mas indicou-nos um outro que não visitámos. Disse-nos também ter visto um lobo recentemente. Era bem perceptível que continuam a ser vistos como uma ameaça. Ali, a paz entre o homem e o lobo está longe de ser declarada.
Lá em cima as paisagens são magníficas. Aos nossos pés a Albufeira de Vilarinho das Furnas. Brufe, Cortinhas, Cutelo, S. João do Campo, Carvalheira e Covide ao alcance de um olhar. Fiquei algum tempo no exercício de identificar os recortes da montanha, alguns permanecem como objectivos por realizar. No regresso decidimos descer seguindo umas mariolas de grande dimensão. Encontramos algumas marcas de um trilho GR que suponho não pertencerem ao Trilho das Casarotas, recentemente marcado pela CM Terras de Bouro, que estranhamente não as visita. Possivelmente seriam marcas de uns trilhos para fazer a travessia Castro Laborreiro – Tourém agora desactivados.
Numa próxima oportunidade espero chegar às antenas e descer depois pelas encostas de Vilarinho das Furnas. Será uma caminhada mais longa e que me permita descobrir outras coisas.
fotos da caminhada
Já tinha lido em Miguel Torga várias referências às Casarotas e procurei mais informação sobre elas. Encontrei na Biblioteca Pública de Braga, num artigo de Jorge Dias, "As Casarotas da Serra Amarela - Construções megalíticas com uma inscrição", uma explicação que me pareceu mais satisfatória. Há em torno das Casarotas uma certa fantasia e mito que perdura. Antas, abrigos para defesa da fronteira são algumas das hipóteses avançadas, mas inclino-me mais para os que as consideram uma antiga branda de gado. Possivelmente podem até ter sido tudo isso, mas a mim parecem-me muito semelhantes às brandas existentes na Peneda.
Deixámos o carro em Cutelo e enveredámos por um caminho rural. Um pouco depois, junto a um curso de água, cortámos em direcção a Carvalhinha. A uma cota intermédia começamos a caminhar em direcção às antenas (Muro). O Tiago e o amigo já tinham feito este trilho e conheciam o caminho, ou melhor a direcção. A Serra Amarela é uma paisagem bem diferente da Serra do Gerês. É menos acidentada, com muito menos vegetação e menos humanizada. Demorámos cerca de 2h30 a chegar às Casarotas onde abandonámos o projecto inicial de continuar até às antenas. Almoçámos no local que aproveitámos para explorar. De seguida visitámos um fojo de lobo bem perto do local. As marcas do tempo são visíveis mas apesar de tudo ainda se mantém em grande parte intacto. Sabia da existência de um fojo de Vilarinho, Tude de Sousa fala nele em "Serra do Gerez", presumo que seja aquele. Miguel Torga fala em fojos pelo que não seria o único a existir. No regresso, junto a Cortinhas, encontrámos uma pastora que nos disse ainda ter participado em montarias ao lobo neste fojo - o de cima, o principal, mas indicou-nos um outro que não visitámos. Disse-nos também ter visto um lobo recentemente. Era bem perceptível que continuam a ser vistos como uma ameaça. Ali, a paz entre o homem e o lobo está longe de ser declarada.
Lá em cima as paisagens são magníficas. Aos nossos pés a Albufeira de Vilarinho das Furnas. Brufe, Cortinhas, Cutelo, S. João do Campo, Carvalheira e Covide ao alcance de um olhar. Fiquei algum tempo no exercício de identificar os recortes da montanha, alguns permanecem como objectivos por realizar. No regresso decidimos descer seguindo umas mariolas de grande dimensão. Encontramos algumas marcas de um trilho GR que suponho não pertencerem ao Trilho das Casarotas, recentemente marcado pela CM Terras de Bouro, que estranhamente não as visita. Possivelmente seriam marcas de uns trilhos para fazer a travessia Castro Laborreiro – Tourém agora desactivados.
Numa próxima oportunidade espero chegar às antenas e descer depois pelas encostas de Vilarinho das Furnas. Será uma caminhada mais longa e que me permita descobrir outras coisas.
fotos da caminhada
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