No último dia 15 de Abril subi com a AAEUM aos Prados da Messe saindo de Portela de Leonte. Era a segunda actividade que organizávamos e não contava com tanta gente. É verdade que o tempo ajudou, mas a adesão também comprova o interesse que as actividades pedestres estão a despertar.
Entre os 35 caminheiros e caminheiras que responderam ao nosso convite havia diferentes experiências. Mas passo a passo o caminho fez-se. Fizemos a primeira paragem no Mourô para recuperar um pouco do esforço inicial. Há sempre quem procure forçar a marcha acima do seu ritmo e factura pode ser pesada. No trilho o grupo rapidamente se dividia em 3. E competia-me acompanhar o último, mais do que mostrar o caminho importava motivar. É o "já falta pouco" do costume. Na Freza, a paragem foi mais para deixar as pessoas admirar a paisagem sobre o Vale Teixeira. Começo a ter alguma dificuldade em nomear um local preferido na Serra do Gerês, mas recordo da sensação de deslumbramento que aquela paisagem me provocou na primeira vez. Foi alí, e um pouco mais à frente, na Lomba do Pau, os participantes começaram ter do Gerês uma ideia mais real. Ninguém pode pretender conhecê-lo sem subir à serra. O resto é só vê-lo por fora, sem o sentir. É como ler as formas das letras sem chegar a formar palavras.
As mochilas abriram-se no Conho para refeição mais completa e descansar um pouco. Fiquei um pouco a olhar as Fichinhas e a programar a caminhada de descoberta até Fafião. A ideia de descer aquele vale não me sai da cabeça. O caminho Prados da Messe foi rápido e na descida para a Costa Sabrosa decidimos fazer um desvio pelos Prados Caveiros. Em boa hora. O prado, que não conhecia, é muito bonito. O abrigo está derrubado e não há sinais de utilização há muito tempo. No livro sobre a Vilarinho das Furnas, Jorge Dias refere-se a este prado como sendo um dos prados de vacas da aldeia. Com o desaparecimento da aldeia de Vilarinho este prado poderá ter sido deixado ao abandono. Ou, sendo um dos mais afastados, o abandono poderia até ser anterior ao desaparecimento da aldeia com a diminuição do número de vacas.
Na saída deste prado, a vista que se alcança sobre a Ribeira de Monção e Mata da Albergaria justificaria só por si o pequeno desvio realizado. É preciso alguma atenção para o identificar porque as mariolas apenas se adivinham.
Subir a Costa Sabrosa é complicado mas descer não é mais fácil. Descer com sapatilhas pode ser mesmo muito complicado, como constartei em algumas das pessoas que acompanhava. Já estrada, caminhei de regresso à Portela de Lente. Foi a primeira vez que percorri a pé aquele pedaço da Mata da Albergaria. Imaginar ali um incêndio é assustador.
Mais tarde, ao descermos de Leonte para o Gerês, encontramos uma víbora no meio da estrada. Descemos do carro e ficamos a admirá-la. São muito mais pequenas do que as pessoas imaginam. Eu não gosto de cobras, mas entre a emoção de ver a minha primeira víbora em liberdade não senti qualquer medo ou repulsa. Aproveitava o calor do alcatrão no fim da tarde e não parecia interessada em sair de lá. Para evitar que algum carro a esmagasse, com a ajuda de um cajado, retiramo-la da estrada. Fechada no carro uma colega reclamava connosco. Fizemos o que deveríamos ter feito. Naquele local o seu destino seria ficar esmagada.
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