São apenas notas soltas sem qualquer compromisso de actualização. Como ao caminhar à beira mar onde os nossos passos não são mais importantes mas ficam registados entre duas ondas.
Monday, August 28, 2006
Noites de Verão ao Luar
Um mau cálculo do tempo de viagem, associado ao enorme cortejo de um casamento em que me vi envolvido, fez-me chegar atrasado ao local de encontro Como na zona não há rede de móvel não havia forma de me contactarem, assim como eu avisar do meu atraso. Eu queria subir ao castelo e tinha a ideia, errada, que seriam uns 2o minutos a subir.
Encontreios-os numa esplanada junto ao miradouro para o castelo. Apresentadas as desculpas, tive tempo para visitar o castelo. A subida é muito mais rápida do que eu imaginava e ainda tive a companhia da Jana. Ela queria telefonar e tinha descoberto que lá em cima tinha melhor rede. A subida demora uns 10 minutos. É fácil, ainda que tenha alguns obstáculos que não são para todas as idades. Lá em cima a vista é soberba. Um ninho de águia inexpugnável.
Encontramo-nos com o Pedro Alarcão na zona de lazer da Várzea, onde a Ecotura possui as box para os cavalos. Lá estava mais 3 participantes de Lisboa. Uma delas era uma realizadora de BD que estava a prepara uma animação sobre o lobo. Saímos, ainda nos nossos carros, para uma branda onde começamos a caminhar.
Ao longo do percurso o Pedro ia dando explicações sobre a zona e as suas tradições. Naturalmente, o lobo era uma das nossas grandes curiosidades. Foi-nos relatando pormenores do seu trabalho, episódios da gravação do documentário para a RTP e não só.
Os relatos contadas nem sempre são alegres. Já perdeu animais devido ao veneno, mas é uma pessoa empenhada em mudar pela positiva. Quer fazer com que as pessoas aceitem o lobo. Está empenhado, defende que o Ecoturismo é a grande oportunidade para a defesa da alcateia. Ele e a esposa apostaram numa mudança de vida radical.
A primeira paragem foi numa pedra com gravuras rupestres, em que o Andarilho ajudou na explicação científica. O Planalto de Laboreiro tem vestígios de ocupação humana muito antigos só que a paisagem foi pouco modificada pelo homem. Alguns muros e nada mais. É magnífico.
Ao caminhar foi-nos explicando o funcionamento das alcateias, a sua organização social, estratégias de caça, etc. É surpreendente a semelhança da sua estrutura familiar com a do homem. Explicou-nos também as razões do mito do lobo como animal feroz. Há poucos relatos de ataques de lobos ao homem, mas ele continua a ser o lobo feroz. As causas são muitas. É naturalmente um animal selvagem mas não é perigoso para o homem.
Pouco antes do local do jantar, encontrámos garranos em liberdade. Eram animais muito bonitos, em conjunto com um grupo que avistei perto do Cocões de Coucelinho (Gerês), foram os garranos mais bonitos e musculados que vi. Nada parecidos com os cavalos de ventre inchado a que associámos os garranos. O Pedro explicou-nos que isso deve-se à sua alimentação e exercício. Na sua opinião o garrano é um excelente cavalo. A Ecotura praticamente só tem garranos e num futuro próximo pretende reforçar essa aposta.
No cimo da colina a esposa de Pedro, Anabela Moedas, esperava-nos com a mesa posta. A visão foi magnífica, demorámo-nos um pouco a saborear os petiscos. Foi a primeira vez que tive uma refeição destas no meio de uma caminhada. É uma boa experiência.
Depois dos petiscos veio a”aula” de astronomia dada por Pedro e Anabela. Observar as estrelas pode ser algo engraçado. Eu não tenho esse hábito e tive alguma dificuldade em algumas constelações mas foi divertido.
De seguida visitámos mais uma anta e iniciámos o regresso. Junto aos carros ainda ficámos a conversar até depois das 3 da manhã. No regresso meti mais uma vez pela Peneda. A estrada de noite é impressionante. Avistei uma raposa e dois animais que depois identifiquei como ginetas. O regresso foi complicado por causa do sono mas valeu a pena. Numa próxima fico a dormir por lá.
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