Thursday, August 31, 2006

Trilho Castrejo


O dia começou relativamente cedo, mas as tarefas de deixar o parque de campismo e tomar o pequeno-almoço levaram o seu tempo. Quando chegámos a Castro Laboreiro já deviam passar das 10h. Estacionámos os carros e começámos a preparar as mochilas.

Na saída encontrei algumas pessoas conhecidas que se preparavam para fazer um percurso de canyoning pelo Rio Laboreiro. É uma actividade que gostava de experimentar. Aproveitei para verificar as condições de segurança da actividade. Conheço a empresa, Escola Rafting do Atlântico, assim como alguns dos monitores e monitoras, antigos alunos da universidade, que já encontrei algumas vezes nas viagens da neve da Universidade do Minho.

O Trilho Castrejo é um PR homologado, marcado originalmente pela CIMO (Clube Ibérico de Montanhismo e Orientação) em 1999. O desdobrável era de 2001 e como iríamos descobrir nem sempre era fácil de seguir os “antigos caminhos que ligavam as Brandas às Inverneiras e no caso de estes estarem marcados decorre por caminhos alternativos. São caminhos que remontam à idade média dos quais ainda restam algumas pedras de calçadas, pontes de arco, antigos.”

Iniciámos o trilho, bem mais tarde do que pretendíamos, por um estradão não muito bonito de fazer (não seria errado pensar numa alternativa a esta marcação). As marcas também não são fáceis de seguir e acabámo-nos por nos desviar uns 200 a 300 metros do trilho marcado. O terreno era complicado e perdemos algum tempo. Voltámos a encontrar as marcações junto a uma pequena represa um pouco antes da inverneira Barreiro. A partir daqui seguimos numa uma calçada por bosque bonito. Encontrámos muitas casas abandonadas o que confirmava a informação que a maioria dos castrejos se fixou as suas casas das brandas, onde habitavam mais tempo. Em algumas das casas haviam ainda vestígios dos tradicionais telhados em colmo.

Tínhamos decidido almoçar na ponte depois da Assureira (inverneira), mas optámos por seguir para Curveira (inverneira) porque lá teríamos uma fonte de água. Tendo em conta a hora, depois do Bico do Patelo abandonámos o trilho em direcção a Cainheiras (inverneira), evitando as brandas Seara e Padrousouro. No regresso a casa ainda queríamos ir a umas piscinas naturais depois a Sra da Peneda, e não queríamos chegar lá muito tarde. A subida até ao Bico do Patelo é dura, e a hora a que a fizemos complicou um pouco mais. Lá de cima a vista é magnífica, vale bem a subida.

Em Varziela (inverneira), onde alguns dos UPB’s tinham ficado alojados na caminhada com a Ecotura, o trilho passa por uma ponte sobre uma ribeira que cria uma bonita piscina de águas cristalinas. Há muito tempo que sonhávamos com um pouco de água e vê-la tão perto despertou ainda mais o desejo.

Chegámos a Castro Laboreiro pelas 17h, cerca de 6 horas depois, sem muito consenso quanto aos quilómetros caminhados. O trilho terá na totalidade uns 17 a 18 km, mas não devemos ter caminhado mais do que 14 km. O dia quente, as férias e algumas hesitações no trilho justificam a média baixa. É um trilho exigente mas muito bonito, ainda que esteja mal marcado em certos locais. Não visitámos as brandas que ficam para uma outra vez.

A procura das piscinas revelou-se complicada e acabámos por nos refrescar na praia fluvial de Arcos de Valdevez. Um banho merecido. O corpo já não está a habituado a ser castigado desta forma. As férias deixam as suas marcas e o calor era muito.

Fonte: PR3 Trilho Castrejo
Fotos: http://caminhadas.myphotoalbum.com/

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