Os visitantes do Gerês e do concelho de Terras de Bouro podem contar com a oferta de um circuito turístico através de mini-autocarro que percorre diariamente os locais mais emblemáticos da serra do Gerês.
A implementação do circuito resulta da parceria entre a Câmara Municipal, o Parque Nacional da Peneda-Gerês e a Empresa Hoteleira do Gerês, possibilitando a visita a vários locais sem a necessidade de utilizar transporte particular e contactando directamente com a natureza uma vez que está concebido de forma que as pessoas possam entrar e sair em qualquer ponto do percurso, realizar visitas a vários locais à sua escolha, inclusive almoçar no Campo do Gerês ou vila do Gerês, visitar lagoas, passear na via romana, conhecer a fronteira da Portela do Homem, retomando o autocarro no horário que desejarem.
O circuito começa e termina na vila do Gerês, passando pelos vários locais, em horários pré-determinados, sendo também permitido que o turista possa realizar apenas parte do circuito, realizando o restante a pé, o que lhe confere alguma novidade e o torna aliciante.
Embora o circuito não possa dar resposta a quantos procuram o Gerês até 15 de Setembro, todavia, é mais uma oferta para quem gosta de deixar o automóvel e contactar directamente com a natureza e entrar em plena serra e apreciar as cascatas, lagoas, flora, etc.
As informações sobre o circuito encontram-se nos postos de turismo e nas diversas unidades hoteleiras, sendo realizado pelos autocarros da Empresa Hoteleira do Gerês, entre 2,ª e 6.ª feira, a preço simbólico, e, aos fins-de-semana, entre a vila do Gerês e a fronteira da Portela do Homem, pelo autocarro do Parque Nacional de forma gratuita.
site: CM Terras de Bouro
A primeira vez que me falaram neste circuito estranhei. O Parque parecia estar a contradizer as suas próprias orientações. O que até não seria tão absurdo, porque os técnicos do PNPG reconhecem em voz baixa que o plano de ordenamento é demasiado restritivo. E, como a revisão do plano curso está em curso, poderia ser mais um exemplo do limbo em que se encontra. Esta notícia no site da CM Terras de Bouro esclareceu-me melhor.
Ainda que não me pareça recomendável que este circuito passe pelo troço Bouça da Mó - Mata da Albergaria (Geira Romana), ainda que este circuito possa ter dado origem a alguns abusos, reconheço que é uma boa medida. E que poderá ter possibilitado que alguns turistas tenha conhecido um pouco melhor a serra.
O problema é que os mesmo princípios de que validam a existência deste circuito deviam validar a possibilidade de ao longo do ano ser possível "entrar em plena serra e apreciar as cascatas, lagoas, flora, etc". Aliás, os que fora do período estival procuram a serra até a procuram com motivações não exclusivamente turísticas. Mas é a estes, que destingem a serra de uma qualquer praia fluvial, que não fazem lixo, que apreciam a serra, que até animam economicamente a zona fora dos períodos de Verão, a quem, aparentemente, mais se pretende restringir.
Eu concordo que o PNPG possa estabelecer regras, que possa controlar o acesso à serra. Não posso concordar que o ICN não possa distinguir uma actividade sem fins lucrativos de uma actividade empresarial. Temo que ultrapassadas as limitações de um plano de ordenamento caduco as actividades de montanha fiquem proibidas a muitos dos grupos informais que as praticam. Apenas porque não podem cumprir com requisitos próprios de actividades empresariais. Não defendo a não existência de regras. Não defendo regras que só alguns possam cumprir.
nota: a motivação para esta refexão foi o conhecimento de casos concretos
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