Friday, January 09, 2009

Parque e Populações 3

(publicação faseada do artigo)


Introdução


A discussão sobre a permanência de populações humanas no interior das AP’s é ainda bastante polêmica, e, em pleno limiar do século XXI, este assunto tem suscitado a atenção de gestores, pesquisadores, ambientalistas e grande parte da sociedade civil. Historicamente as políticas de conservação da natureza na maioria dos países têm considerado o afastamento das pessoas de seus territórios, a fim de torná-los espaços preservados. Contrariando esta idéia, algumas correntes da teorização conservacionista contemporânea, defendem que a permanência das pessoas em seus espaços naturais contribui com a manutenção da biodiversidade e de outros recursos naturais, isso, quando estas mantêm modos de vida de baixo impacto sobre o ambiente. Alguns estudos vêm mostrando que, em determinadas situações, a expulsão das populações tem um impacto negativo no equilíbrio da biodiversidade local, principalmente em países tropicais. Assim, no sentido de melhorar a política de conservação da natureza e de aperfeiçoar o seu Plano de Ordenamento (PO) do Território, o PNPG, em Portugal, iniciou uma série de estudos a partir de 2006, onde a valorização dos conhecimentos locais e a participação da sociedade nestes estudos têm sido priorizados. A pesquisa realizada teve como objetivos: identificar os principais aspectos sociais das populações residentes no PNPG; destacar os principais entraves socioambientais enfrentados pelos atores locais; identificar o nível de relação e pertencimento desses atores com o PNPG e identificar as propostas de melhoria para a política de conservação do Parque, com ênfase no PO. O presente artigo, portanto, tem como meta socializar a experiência de um trabalho de caráter socioecológico realizado neste Parque, enfatizando os elementos que funcionam como entraves no processo de consolidação da conservação da natureza, bem como as possibilidades de alcance desta conservação.

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